5 de maio de 2010

Como sempre..

Ela entrou no bar com seus longos cabelos ruivos, encaracolados e bem cuidados; Sorrindo como sempre. Olhos voltados para ele, como sempre. Comprou o seu lanche e se sentou na mesa rodeada das amigas, - que ele não suportava - como sempre. Ele, como já era de costume, sorriu para ela, como quem vê uma pessoa que mal conhece, e sai dali cercado de amigos, que ela morria de vergonha. Todos os dias, das 10:15 às 10:30, era a mesma historia, a mesma troca de olhares, e o mesmo nervosismo de ambos. Eram aqueles casais impossíveis; Ela, uma menina que os meninos nem sequer viam passar, e ele, um menino que todas viam passar, e surtavam. Exceto ela.

Na saída, como já era de costume, davam um jeito de escapar dos amigos, e sempre acabavam indo para casa juntos. Se eram amigos ou mais do que isso, nem eles sabiam, apenas tinham certeza que era assim que se davam muito bem. Cada coração batendo mais forte, e cada palavra medida, para não parecerem dois idiotas que nunca tinham passado por isso. Ela, cada dia mais apaixonada pelos olhos cor de mel e seus cabelos cacheados perfeitos. Ele, cada dia mais hipnotizado por aquela voz doce, e aquele sorriso que enchia o mundo de cor.

Cada vez mais desejavam morar longe da escola, para que aquele único momento do dia, não acabasse nunca mais. Os minutos voavam, e a ideia que se tinha, era que só eles dois existiam ali. Tudo ficava fácil e simples, os sorrisos eram constantes, e a sintonia, perfeita. Ele pegou na mão dela, e assim eles foram, mais um dia, juntos, conversando. Dessa vez, mais do que como amigos, menos do que como namorados. Apenas como dois amores.

Para Bloínquês

3 comentários:

Thai Nascimento disse...

Bom, já é o avanço.
Se acostumar com a rotina, quando não é uma necessidade é uma coisa muito ruim. Gosto do inesperado, das surpresas. Bem que esses dois podiam dar uma chance ao incomum, hein?

:]

Ana Lima disse...

Que lindo! Sou apaixonada por histórias de amores confusos e talvez até impossiveis como esse.

Anônimo disse...

Faço das palavras da Ana Lima as minhas. É fascinante como o amor sempre consegue florescer em meio a tanto "porém".
Lindo amando ler este blog!