A sorte me sorri pelo segundo dia

Tem coisas que me paralisam, que me deixam sem reação e eu não sei se eu grito, se eu choro, se eu corro, se eu saio pulando, se eu fico parada ali, se por acaso eu resolver gritar, o que é mais possível de se fazer, e mais impulsivo, a voz não vai sair, e não vão me escutar gritando, e mesmo que voz chegasse a sair, as minhas amigas não gostariam nem um pouco de ter que escutar um grito meu, dai eu decido que vo fica parada, pasma, olhando, o motivo da minha paralisação, observando, pra ver se aquilo não é uma miragem do Max que eu tava comendo. Depois disso, eu passo pra segunda faze, que é quando eu não sei o que que eu faço, se eu leio, se eu escrevo, se eu vo fala com ele, dai eu decido que eu vo agir como se nada tivesse acontecido, e implorar pras gurias pra gente i lá onde a pessoa tá, ai de tanto eu ficar pedindo a gente vai, eu passo e do um oi super querido, e se rola, paro pra conversar. Ai eu passo pra terceira e pior parte, a raiva. Raiva da idiota, feiosa, chata, nojenta que ta com ele, que ta sempre se agarrando em tudo que é guri, e que não entende que tem guris que ja tem gurias o suficiente, e que não precisam delas. Eu odeio esse tipo de guria. Dai eu passo pra quarta e menos dolorosa parte, eu fico pensando, que eu devia ter parado e falado com ele, ou que eu devia ter falado isso, e não aquilo, ou que eu me esqueci de falar tal coisa, ou sei lá. Ai eu fico triste, deprimida tentando entender que aquilo aconteceu mesmo, que não foi um sonho, e dai , então eu finalmente aceito que aquele momento de pura sorte provavelmente não vai se repetir pra eu fazer o que eu deveria ter feito na primeira vez.
Eu fico pensando, pensando, por dias, ate que acontece alguma coisa mais perfeita, que me faz refazer e reviver todas as fazes citadas a cima.
Tem dias que a sorte me sorri.
Faz dois dias que o sorriso dela ta gigante.